O 1º crédito é, decerto, o mais difícil pelos muitos conceitos, etapas e atos que poderão ser desconhecidos. Estarão, certamente, ligados à aquisição da 1ª casa os dois contratos mais importantes de uma vida, pois a aquisição da casa é um contrato e pedir um CH é um segundo contrato, ambos com forte condicionante para o resto da vida.
 Assim, cada ato deve ser bem ponderado, refletido e, sobretudo, deve-se falar com pessoas que tenham passado recentemente por essa experiência ou pedir aconselhamento especializado para a aquisição da casa e crédito.
Neste contexto, listam-se alguns aspetos para refletir antes de avançar, para se chegar à melhor solução:
Sobre a casa:
- Quantos anos se pensa viver na casa de sonho?
- Adquirir um imóvel sozinho ou a dois faz toda a diferença, pois a aquisição de uma casa e a contração de um crédito irá unir duas pessoas por muito tempo e, se uma delas, entretanto, se arrepender, para vender a casa, ambas têm de concordar com a venda e com o seu respetivo preço. Para que uma delas se desvincule do crédito, o banco tem de autorizar e, com alguma frequência, solicita um fiador para o lugar da pessoa que sai.
- Pensar vender a casa num prazo de 5 ou 10 anos implica refletir se a zona onde a casa se situa vai valorizar, desvalorizar ou manter-se no futuro. Deve-se verificar qual a tendência dos últimos anos e os projetos estruturantes que possam existir para a zona envolvente, como novas linhas de comboio, metro, novas grandes indústrias, novas escolas/universidades, parques verdes, revisão de toda a zona urbanística envolvente, etc.
- A casa é servida de transportes que se ajustem não só ao atual, mas também a um futuro emprego, se decidir mudar-se de empresa ou até local de trabalho.
- Se o agregado familiar aumentar, a casa ajusta-se ou ter-se-á de procurar um novo imóvel?
- A zona envolvente tem infantário e/ou escolas? A escola dessa zona é aconselhável em termos da comunidade escolar? Tem boas referências? É frequentada pelos filhos dos vizinhos?
- A casa a comprar está pronta a habitar ou precisa de obras? Não se deve desvalorizar este fator. Deve verificar-se o estado da canalização, eletricidade, aquecimento/isolamento e humidade. Se não se conhece a zona e se o comprador for leigo em matéria de casa e/ou obras, vale a pena ponderar efetuar uma visita à casa com um profissional ou um amigo que seja engenheiro civil, arquiteto ou construtor.
- A zona envolvente é segura?
- Saber o custo da cota mensal do condomínio? Conhecer as responsabilidades futuras que o condomínio pensa assumir em matéria de obras? Pedir uma declaração de inexistência de dívidas ao condomínio da fração que se pretende adquirir.
Sobre o crédito:
- Os rendimentos do comprador são suficientes e estáveis para suportar a prestação? É importante saber que, após pagar a prestação e os seguros, se deve ficar com 2/3 do rendimento: 1/3 para pagar as despesas diárias e 1/3 para poupança, projetos e surpresas inesperadas.
- Pode pedir-se um crédito caso se esteja contratado a prazo ou se for um empreendedor por conta própria, mas deve ter-se uma competência profissional que permita trocar/arranjar um novo emprego com rapidez, se necessário.
- Pedir o CH sozinho ou com outra pessoa? Pedir com mais alguém obriga a que a aquisição do imóvel tenha de ser subscrita por ambos e torna-se mais fácil a obtenção/aprovação do crédito.
- Ter uma pré-aprovação do CH em pelo menos um banco antes de avançar para a aquisição da casa é uma mais-valia. Assim, quando se encontrar a casa de sonho, já se tem a certeza de que o banco pode avançar com o crédito. Verificar que não existirão custos com esta pré-aprovação e que não é preciso abrir uma nova conta à ordem.
- Escolher um banco e um seguro é uma decisão que deve ser ponderada e devem analisar-se várias opções, eventualmente, com o apoio de um Intermediário de Crédito.
- Ter problemas graves de saúde ou doenças crónicas são situações em que se aconselha aprovar primeiro o seguro, numa seguradora, antes da aquisição de uma casa. Não tem custos.
- Fazer conta aos impostos associados ao crédito e às despesas associadas à sua contratação. São despesas relevantes.

